Hipátia ou Hipácia nasceu em Alexandria, no Egito, no século IV (por volta de 355 d.C). Apesar de haver poucas informações sobre sua vida pessoal, sua vida acadêmica e de ensino é bastante conhecida. Não é à toa que é considerada a primeira mulher matemática do mundo.
Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde mais tarde veio a se tornar diretora. Ela deu aulas de matemática, astronomia e filosofia, além de criar ferramentas como o astrolábio e o hidroscópio.
Sua aulas aconteciam no espaço público, ruas e praças, para quem quisesse ouvir. Como afirma Oliveira (2016), Hipátia também recebia amigos e alunos em sua casa. A maior parte das informações que existem sobre Hipátia são relatos dos seus alunos. Infelizmente, muitas informações foram perdidas devido à destruição da Biblioteca de Alexandria.
A pensadora produziu uma variedade de trabalhos sobre aritmética. Em parceria com seu pai, Theon, escreveu comentários (treze obras) acerca dos Elementos de Euclides.
Hipátia seguia o neoplatonismo e dedicava sua vida apenas à Academia e às suas atividades de ensino. Ao que tudo indica era uma mulher bonita que impôs a si mesma a castidade. Seus ensinamentos e suas aulas, em locais públicos, considerados pagãos num momento político de crescimento de um cristianismo agressivo e fanático a transformaram em um alvo. Como escreve Oliveira (2016, p.1):
A esse respeito, ILSETRAUT HADOT (1978, p. 11) considera que ensinar publicamente evidenciou a audácia de uma mulher que ousou se exibir em público. Sob essa ótica, a atitude de Hipácia assume ares transgressores. Se isso deve ter provocado certo desconforto para a ortodoxia cristã, acrescente-se que Hipácia era reputada por sua castidade. Ora, a castidade era uma virtude das mulheres santas.
As tensões religiosas resultaram em violência, e por volta de 415, Hipátia foi brutalmente assassinada por uma multidão de extremistas cristãos. Cirilo, posteriormente tornado santo da Igreja Católica, era o bispo de Alexandria nesse período.
Para mais informações há o artigo de Oliveira (2016) citado nas referências e o filme Alexandria, do diretor Alejandro Amenábar, lançado em 2009.
Fontes:
IGNOTOFSKY, Rachel. As cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo. São Paulo: Blutcher, 2017.
FUKS, Rebeca. Hipátia: Filósofa e matemática grega. EBiografia. Disponível em: https://www.ebiografia.com/hipatia/. Acesso em: 30 de maio de 2023.
OLIVEIRA, Loraine. Vestígios da vida de Hipácia de Alexandria. Perspectiva Filosófica (Revista do Programa de Pós-Graduação da UFPE), vol. 43, n. 1, 2016. Disponível em:/Users/lugo1/Downloads/230301-70350-1-PB.pdf. Acesso em: 30 de maio de 2023.
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